terça-feira, 13 de março de 2012

Apelo aos amigos ou Sobre a falta que o tempo me faz

Eu não tenho tempo para arrumar a casa. Não tenho tempo de ler um livro ou escrever e reescrever um projeto. Faltam horas para correr atrás dos meus sonhos e a vida segue seu ritmo enfadonho. Não falta tempo, porém, para cuidar de um amigo.

Se recebo um convite, seja para um almoço ou um jantar, prontamente aceito. Se tiver trabalho, proponho outro dia ou tento marcar para depois do expediente. Não que os convites existam em excesso, mas quando ocorrem a resposta é essa.

Talvez por isso eu esteja ficando tão magoada com os meus amigos. Nenhum deles está conseguindo encontrar um tempinho para mim. Não quero parecer dramática, mas estou sim em crise com a minha solidão. Os amigos mais íntimos são de outras cidades e aqueles que estão por aqui, sei lá ... talvez não se preocupem o suficiente.

Para ser amigo é preciso preocupar-se. É preciso deixar de fazer alguma coisa para estar junto. As pessoas tem momentos difíceis, mesmo quando continuam rindo por fora. Por dentro podem estar dilaceradas. Um machucadinho pode crescer muito se não for tratado.

Sinto falta do tempo dos meus amigos. Sinto falta de amigos. Sinto falta.

Mas também não quero ser injusta com todos aqueles que gostam de mim e realmente estão atarefados demais com suas vidas, suas famílias, suas casas, seus trabalhos. Não quero ser tão egoísta ao ponto de achar que meu momento ruim é mais importante. Não é isso. Só de saber que tenho amigos de quem reclamar já me sinto privilegiada.

É que às vezes penso que isso pode ser desmazelo, falta de atenção, de cuidado, de carinho com aqueles que amamos. Pode ser falta de vontade, de solidariedade, de compaixão. Não falo só por mim. Falo por todos aqueles que diariamente nos pedem ajuda e não ouvimos. Precisamos ser mais sensíveis para com a dor dos outros.

Não olhe o coração alheio como se fosse o seu. Às vezes parece banal, mas não é. As pessoas mostram aquilo que querem que os outros vejam. Para descobrir a verdade precisamos de um pouco de tempo. Aquele, sabe? Que nunca temos.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Encontrei a amizade ideal ...

Encontrei uma amizade super saudável, bacana e divertida. Daquelas amizades boas, gostosas de ter. Agora sou Amiga da Fruta!*

Aff.. essa foi podre, mas não resisti ao trocadilho!


*O "Amigos da Fruta" é um negócio que descobri em Maringá, mas não sei há quanto tempo já existe. Paga-se uma quantia por mês e recebe-se no local escolhido - no caso, o trabalho - duas frutas por dia. A fruta vem pronta para o consumo, ou seja, lavada e, dependendo do caso, descascada e cortada. Comecei a receber ontem e veio maçã verde e ameixa. Hoje veio banana e pêssego. Está sendo um bom estímulo, pois fazia tempo que eu não comia frutas ...

Procura-se um amigo

Ok. Aceitando a realidade de que as pessoas estão sempre de passagem em nossas vidas, acho que vou fazer o cartaz. Ele seria mais ou menos assim:

Procura-se um amigo (a) verdadeiro (a), com senso de humor, que goste de animais e que aceite falar de trabalho tanto quanto de amenidades e baboseiras da televisão.

Rola?

O cúmulo da carência

Estou a ponto de fazer um cartaz e sair colando por aí: "Procura-se um amigo".
Caramba, como este ser está em extinção e como nós, pessoas normais, sentimos falta da presença de alguém para falar de novela, BBB, trabalho, vida conjugal, sonhos, planos, problemas e afins.

Aqueles amigos de longa data estão sempre ocupados demais com seus trabalhos, suas rotinas, seus relacionamentos, seus novos amigos. Falta-lhes o tempo de mandar um email, fazer um telefonema ou mesmo aceitar aquele seu convite para sair e jogar conversa fora.

Tudo bem, as pessoas precisam de tempo para viverem suas vidas, cuidar da família e dos cachorros, fazer projetos, buscar aquilo que elas ainda não tem. Mas poxa, pense naquela amiga que fica sozinha em casa cheia de coisas para compartilhar e não tem com quem. Aí a cretina vai pra internet e fica assistindo vídeos estúpidos, escrevendo sobre sua carência nos blogs e fazendo perguntas para um gato.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo!!!

Mais um ano chega ao fim.
E a pergunta que não quer calar é: será que 2012 é o último de nossas vidas?
Não sei. Só saberemos no dia 21 de dezembro, dia marcado para acabar o mundo.
Sabe que até que não seria má idéia isso? Do jeito que está, não teremos um futuro muito promissor mesmo...

Mas enquanto estamos aqui, o jeito é sonhar e fazer planos. Eu tenho feito isso e as expectativas para 2012 são as melhores. Agora é rezar pra que Deus ilumine meu caminho e me permita dar os passos certos na direção que pretendo seguir. Aliás, qual é a direção que pretendo seguir? Tá, acho que é o caso de pedir uma orientação espiritual para definir alguns rumos na minha vida, que ainda estão meio confusos.

São muitos desejos e emoções misturadas, que acabam complicando a possibilidade de fazer uma escolha. Mas o importante é ter saúde!!! E a fé de que tudo vai dar pé... daí as escolhas fluem naturalmente.

E no mais ... manerem nos fogos de artifício da virada, porque a cachorrada não merece tanto sofrimento!!!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Eu tiro o chapéu para ...

Final de ano é tempo de relembrar, de avaliar, de comemorar e de planejar. Pensando nisso, resolvi fazer uma retrospectiva da cultura em Maringá, expondo meu olhar enquanto espectadora e frisando que esse não necessariamente é o posicionamento da Secretaria Municipal de Cultura.

Parabenizo os artistas da cidade pela luta diária. Sei que todos batalham muito para sobreviver e correm atrás das oportunidades. Nesse cenário de guerreiros, destaco algumas iniciativas que, ao meu ver, ganharam em ousadia e brilhantismo. Eu tiro o chapéu para ...

Marcos Trindade
Pela realização do 1º Festival de Teatro de Maringá, que logo no início do ano nos brindou com uma mostra da arte que é produzida na cidade e, mais do que isso, com alguns espetáculos convidados, entre eles "Fulano e Sicrano", do Centro Teatral Etc e Tal (RJ). O evento foi um grande sucesso e esperamos que em 2012 a maluquice se repita.

Cia. de Teatro Expressão de Amor
Pela inauguração do Camarim, um novo espaço cultural que torço para que dê certo. [Foi assunto deste blog logo nas primeiras postagens.]
Achei de muito bom gosto a decoração, super moderna e vinculada com o trabalho e a história do grupo. Espero poder voltar outras vezes para assistir a uma programação teatral de qualidade. O lugar abriu em março.

Flor Duarte

Pelo trabalho incansável à frente da Secretaria Municipal de Cultura. Para mim, entre tantas realizações de sua gestão neste ano, a principal foi o desfile de aniversário de Maringá. Rompeu com a tradição de desfiles diurnos, saiu da avenida onde sempre ocorreu, surpreendeu a população e ainda homenageou um grande nome de nossa cultura, independentemente de qualquer opinião política.

Márcio Alex Pereira
Pela realização da 1ª Mostra de Teatro Contemporâneo de Maringá, projeto de um sonhador, um idealista, um maluco.
Foi um evento longo, com atrações espetaculares, que provou que as pessoas pagam, sim, para ver teatro e vêem, sim, peças alternativas.

Ainda temos outras iniciativas legais, como a implantação do curso de Artes Cênicas na UEM, a realização do festival Maio no Palco (também na UEM), a criação do espaço da Cia. Pedras, que também promoveu um festival de circo e teatro de rua,  entre outras.

Que em 2012, a mesma garra e muita criatividade estimulem nossos artistas para agitar cada vez mais a Cidade Canção.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Um dia desses encontrei uma revista Isto É Gente na casa da minha mãe. Tinha o galã Reynaldo Gianecchini na capa e por isso resolvi dar uma folheada. [Achei uma sacanagem a doença dele e, sinceramente, torço pro cara ficar bem.]

 Então me deparei com o relato da reforma realizada no Teatro Itália, no centro de São Paulo.Num depoimento o atual diretor do teatro, o baiano Erlon Bispo, explica como tudo aconteceu. Quando soube que o teatro iria voltar para as mãos do Estado pelo fato de estar muito decadente e abandonado, fez uma proposta ao Conselho do Circolo Italiano, que administra o prédio: faria uma reforma completa, mesmo que para isso não tivesse o apoio financeiro de ninguém.

Segundo a reportagem, em 32 dias Erlon e alguns amigos construiram um novo sistema de ar, refizeram o banheiro e os camarins, construiram um café e um foyer, montaram uma sala de costura e confeccionaram cortinas e almofadinhas, pintaram tudo e cuidaram dos detalhes técnicos.

O colunista Paulo Borges (Isto é Gente) doou pufes, tecidos e cadeiras e por isso foi homenageado emprestando seu nome à sala de espetáculos. O sócio Pedro Caldas levou de Salvador um caminhão cheio de móveis de seu acervo de cenografia. O Terraço Itália doou cadeiras e também patrocinou um coquetel no dia da inauguração do espaço.

O primeiro espetáculo a se apresentar foi "Eu te amo mesmo assim", com direção de Jô Abdou. Os diretores pretendem oferecer uma programação divertida e com preços acessíveis, fazendo uma ponte entre o teatro baiano e Sampa. Mais informações www.teatroitalia.com.br

Achei a história linda e impressionante, mas há horas estou procurando fotos e outras informações na internet e não encontro nada. Como pode uma história como essa não ser mais divulgada? Deveria servir como exemplo e motivação para muitos artistas e produtores culturais por aí. Deveria mostrar ao cidadão comum a importância da cultura e o quanto ela é capaz de mobilizar.

Adoro essas histórias.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

De volta ... novidades!

A vida moderna é uma correria só. Todos usam a falta de tempo como desculpa para as coisas que deixam de fazer. Tenho visto isso com freqüência e eu mesma sou adepta dessa lorota, pois passa uma impressão de que somos verdadeiramente ocupados e importantes.

Tentarei apresentar alguns motivos reais para a minha falta de tempo, ainda que isso não esteja interessando a ninguém nesse momento. Ninguém perguntou porque eu não posto há alguns dias. Bem, vamos lá:

1. Eu criei um novo blog, muito interessante por sinal. Entre lá, siga, indique e ajude. O endereço é http://www.osbichosladecasa.blogspot.com/ Tenho recebido diversos emails e comentários de apoio e isso está me deixando bem feliz. Aceitamos também sacos de ração!

2. Desde o último domingo eu sou mãe. Calma, não se assutem! Adotei um gato bebê e ele e seu charme estão roubando a minha atenção. Estou adorando passar o tempo olhando para ela, brincando com ele e cuidando também, claro! Filho dá trabalho, né?

Meu gato tem cavanhaque, pô!

3. Estou fazendo um curso online no Sebrae. Preparando-me para novos e difíceis tempos que logo hão de chegar. Buscando novas oportunidades, a realização de sonhos, uma mudança de estruturas. Mas isso são planos para médio e longo prazo. Não se empolguem demais!!!

4. Tenho cuidado muito da minha mãe. Estamos bem próximas e vez ou outra ela enfrenta momentos difíceis, tristezas grandes e tudo o mais. É muito difícil enfrentar uma perda, mas quando temos o apoio de alguém fica menos ruim.

5. Trabalho!
Aquela Secretaria de Cultura não pára nunca. É um enrosco atrás do outro. Adoro estar lá, mas também esgota corpo e mente. É bom parar e ficar um tempinho sem fazer nada em casa. A próxima empreitada é o 3º Festival de Teatro do Estudante, que começa dia 11 e termina dia 17. Ou melhor, termina dia 20 com a noite de premiação.

Ok, agora que já postei nos blogs vou estudar ...
mas que sono!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Das coisas que eu gostaria de ter dito ...

Fim do ano de 2010. Praia de Ipanema / PR.

Eu te amo muito.
Obrigada por tudo o que fez por mim.
Desculpe minhas falhas, minhas ausências, minhas grosserias.
Você é a melhor tia do mundo.
Saudade dói, viu?
Feliz aniversário.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Meu melhor amigo

Eu tenho um amigo verdadeiro.
Tá, você pode pensar que um amigo é muito pouco para quem é da área de humanas, trabalha com comunicação e está envolvida com arte até o pescoço.
Tudo bem, pode ser.  Eu não sou muito popular mesmo.
Bem que gostaria de ter mais alguém com quem contar. Alguém para me acompanhar ao teatro, sair para conversar nos dias tristes, compartilhar os problemas e os sonhos. Amigos fazem falta, pô.
Mas amigo a gente não escolhe, simplesmente tem.
Meu amigo verdadeiro é aquele que, em apenas uma conversa rápida, tranqüiliza o meu coração que sofre há dias.
É aquele capaz de me dizer tudo aquilo que eu não quero ouvir, mas também ressalta minhas qualidades e eleva minha auto-estima.
É aquele que, depois de quase quinze anos de amizade, ainda é capaz de fazer planos mirabolantes e sonhadores. 
Ele me traz orgulho como pessoa e como profissional. Me serve como exemplo, como referência e modelo daquilo que quero ser quando crescer.
Também me deixa triste, é verdade. Tenho ciúmes, sinto falta, tenho raiva das amigas que recebem dele mais atenção e mais tempo do que eu.
Há momentos, porém, em que atitudes dizem mais do que palavras.
Há momentos em que palavras dizem mais do que atitudes.
E você, em palavras e atitudes, já disse tudo o que uma pessoa gostaria de ouvir de um amigo.
Houve momentos em que eu cheguei a achar que nossa amizade já tinha se esgotado. Afinal, como te disse uma vez, nada é para sempre.
Achei que precisava me distanciar e deixar você viver seu mundo e suas amizades, que já não fazem parte do mesmo mundo que eu.
Entretanto, meus últimos contatos foram tão bons que serviram de alento pro meu coração ansioso e angustiado.
Percebi que me faltou compreender que os caminhos mudam, as pessoas mudam, as escolhas mudam, mas o amor e a amizade permanecem.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

Concurso de Ensaio

Estão abertas as inscrições para o Concurso de Ensaio "A construção da identidade: origem e história de Maringá". São os últimos dias: mande seu trabalho até o dia 20 de setembro pelo site www.maringa.pr.gov.br/concursodeensaio 

Mais informações abaixo:
A ação é uma realização estadual do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGPR), que em Maringá é coordenada pela Secretaria de Cultura - Gerência de Patrimônio Histórico.

O concurso foi instituído para celebrar os 50 anos e os 60 anos dos municípios paranaenses criados por meio das leis estaduais de 1961 e 1951, respectivamente. É um projeto de cooperação entre as Prefeituras Municipais e o IHGPR, sob a orientação geral do instituto.

Os objetivos são enriquecer a bibliografia existente sobre a História de Maringá e, por extensão, a História do Paraná; fortalecer o sentimento cívico do município e o cultivo das tradições culturais locais; e estimular o amor ao município e, por extensão, o amor ao Paraná.

O concurso é aberto para professores, estudantes, historiadores, pesquisadores, pioneiros e integrantes de outras áreas de atividade, moradores há pelo menos dois anos na cidade de Maringá e interessados na História do Município, nas tradições culturais e no processo de construção da identidade local.

Os interessados em participar do concurso de ensaio podem consultar o regulamento e fazer as inscrições no site. O primeiro colocado da etapa maringaense do concurso irá representar a cidade na etapa estadual, organizada pelo Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Até dez ensaios inscritos poderão ser premiados com a publicação da 1ª edição de um livro com tiragem de dois mil exemplares, dos quais cada autor receberá uma cota de 20 exemplares.

Serviço: Informações ou dúvidas sobre a etapa maringaense do concurso podem ser esclarecidas pelo telefone (44) 3218-6120 e pelo email patrihist@maringa.pr.gov.br

Cansaço

Dormir cansa. Comer cansa. Beber cansa. Andar cansa. Pensar cansa. Trabalhar cansa. Namorar cansa. Assistir TV cansa. Escrever cansa. Ler cansa. Rir cansa. Chorar cansa. Viver cansa.

Tô muito cansada hoje.

Ortomau

Gente teimosa só se ferra.
Quando eu estava montando a minha casa, comprei uma cama box em uma loja no Shopping Cidade. Tive diversos problemas lá, tais como atraso na entrega, falta de um produto que comprei e não foi entregue até hoje, mau atendimento da vendedora, entre outros.

Passado mais de um ano, minha mãe precisou comprar um colchão de solteiro. Aproveitamos o feirão da mesma loja e insistimos no erro. O vendedor até foi simpático, me garantiu que entregaria o colchão no dia 08 de setembro. Poxa, nós desistimos da compra em outra loja, onde compramos uma caminha de solteiro e lá o colchão estava mais caro. No entanto, o ditado é sábio: o barato saiu caro. Resultado: a cama chegou dia 08 e o colchão, até hoje nada.

Será que se eu desejar a falência da loja eu vou pro inferno?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

"Abracadabra" não é apenas um espetáculo de teatro. É também uma experiência em que o público participa ativamente da construção da peça e, como um rato de laboratório, é testado até o fim.

O resumo do espetáculo consiste no papel que cabe ao espectador: algumas pessoas recebem as lanternas que serão, única e exclusivamente, a iluminação do teatro. Elas decidem o que receberá atenção, escolhendo entre iluminar o rosto do ator ou a frestinha da porta do camarim.

Em Maringá, muitos estranharam seu papel em silêncio. Alguns preferiram iluminar o rosto dos outros e pensaram serem novamente crianças. Outros, ainda, não entenderam a proposta e, exatamente por sua ignorância, rejeitaram-na.

O ator Luiz Päetow propõe um jogo de palavras que não necessariamente conta uma história. Eventualmente surgem frases de efeito, interessantes ou engraçadas, que descontraem o público.

Cortar-se em cena chocou mais do que sair dos fundos do teatro, num ar sombrio, com 40 lanternas iluminando em todas as direções. Uma hora depois, Päetow passa a fazer longas e silenciosas pausas, entremeadas por falas improvisadas, deixando em evidência o comportamento do público. Aí têm início as cenas mais interessantes.

Constrangido, boa parte do público demora a conseguir levantar e ir embora, precisando do empurrãozinho dos mais corajosos. Entre aqueles que ficam instaura-se uma competição para ver quem resistirá mais tempo, como se o último a sair fosse o vencedor de uma prova importante.

Na Cidade Canção, algo de bizarro aconteceu. Rapazes e moças com ares “paz e amor” deixaram aflorar seu lado mais autoritário. Por algum motivo misterioso, botaram na cabeça que a peça acabaria quando todas as luzes se apagassem. Não se conformaram com as pessoas que queriam ficar e tentaram obrigá-las a sair na base da provocação.

A resposta do ator a esse desrespeito – por parte de um pequeno grupo, é preciso deixar claro – foi o silêncio total. Imóvel no centro do palco, a pele clara realçada pela roupa escura, ele apenas esperava a última lanterna se apagar. Quase quatro horas depois, as portas do teatro se fecharam e muitas cabeças se abriram para novas possibilidades.   

Estou fazendo a Assessoria de Comunicação deste evento que promete ser um divisor de águas na história de Maringá: a 1ª Mostra de Teatro Contemporâneo.

Pelas mãos de meu amigo Márcio Alex Pereira, eu realizo o sonho que venho acalentando há muito tempo, que é o de trazer grandes espetáculos para esta cidade que, no meu entender, vive uma ótima fase em sua vida cultural.

Como cidadã maringaense e como espectadora da arte, estou radiante e otimista. Estou também muito orgulhosa do Márcio Alex (diretor geral) e de sua equipe, que reúne nomes competentes como Murilo Lazarin, Paulo Campagnolo, Joaquim dos Santos e Suelen Pereira. Juntos eles conseguiram surpreender até a si mesmos e trazer pela primeira vez em um só evento o Centro de Pesquisa Teatral, coordenado por Antunes Filho; a Companhia do Latão e atrizes do quilate de Susan Damasceno e Juliana Galdino.

A Mostra está um grande sucesso, na primeira semana os ingressos estavam quase esgotados ...
Mais informações pelo site http://www.mtcontemporaneo.art.br/ e pelo blog http://www.blogdamostratc.blogspot.com/
Vida longa à Mostra!